Hoje levei o Luka brincar num parque perto de casa e encontramos um
coleguinha dele no balanço, com a mãe. Começamos a
conversar eu e ela, muito simpática, e só depois de uns 5 minutos descobrimos
que eles frenquentam a mesma escolinha. Ir ao parque é uma boa idéia para fazer
amizades no bairro, já que nos mudamos há 3 meses e não conhecemos ninguém aqui
perto, além disso, o parque é perto da escolinha e os frequentadores podem
coincidir, como foi o caso do Owen.
Mas não estou
escrevendo para contar sobre minhas estratégias para fazer amizades (!) – até porque
minha única estratégica é a mais comum do mundo: sair de casa. Quero apenas
dividir um pensamento.
Eu estava conversando
com a mãe do Owen quando ela comentou algo sobre seu trabalho e eu perguntei,
naturalmente, o que ela faz, ela deu uma desconversada e falou “administração”,
e como continuei olhando esperando uma resposta mais elaborada ela completou “administro
um grupo de vendas”, ou algo assim. Fiquei interessada e (opa, na verdade
existe sim estratégias para fazer amigos – fazer muitas perguntas sobre a
pessoa, assim você tem noção se têm algo em comum e a pessoa simpatiza com você,
porque todo mundo gosta de falar de si mesmo e se sentir interessante!)..
enfim, perguntei com que produto trabalhava, e ela ficou sem jeito e respondeu “industria
tabageira” e rapidamente foi se desculpando e se explicando “sei que parece
horrível, mas o trabalho é bom e eles são muito compreensivos quando as crianças
estão doentes ou algo assim…”.
Bom, eu não a julguei
por vender tabaco, afinal, é legalizado e ela precisa trabalhar, não é verdade?
Mas achei muito estranho o comportamento dela. Fiquei imaginando se recebe
diversos olhares desaprovadores quando explica com quê trabalha! Desde quando é
vergonhoso trabalhar com tabaco? Vou deixar claro que não fumo, nunca fumei,
odeio cigarro e adoraria que fosse extinto do mundo, mas daí a julgá-la por seu
emprego, é bem diferente!
Aqui na Inglaterra, as
portas estão se fechando cada vez mais aos fumantes. Na verdade, literalmente,
as portas estão fechadas, já que em todos os locais públicos é proibido, área
de fumante tem que ser externa, e me parece que se estuda proibir que as
pessoas fumem andando na rua também – fantástica idéia, odeio respirar a fumaça
de quem anda na minha frente, principalmente se o Luka estiver junto. Esses dias
percebi que, no supermercado, no local de venda de tabaco, não se vê as
embalagens – elas ficam dentro de uma estante branca, com um letreiro pequeno e
comum no meio “Aqui se vende tabaco”, e quando alguém quer comprar tem que
mostrar a identidade para provar que é maior de idade e então a vendedora abre
a estante e retira a caixa solicitada. Dizem que fazem isso para evitar a
publicidade das marcas expostas e instigar a vontade, e para que as crianças e
adolescentes sejam desestimuladas. Acho justo. Efetivo? Não sei, mas adoraria
que o Luka crescesse num mundo sem cigarros, e parece que esse é o rumo que se
está tomando (para o bem, ou para o mal = tráfico?). Também gostaria que meu
filho crescesse num mundo sem guerras e sem corrupção, sem fome e miséria, sem
música pop de péssima qualidade, sem comédias idiotas do Adam Sandler, sem refrigerantes,
sem Big Brothers, Fazendas e TOWIEs, sem a Argentina (brincadeirinhaaa)… uma
extensa lista… mas de todos o cigarro me parece o mais próximo de se banir
oficialmente. Enquanto isso, espero que a coitada da mulher não seja queimada
nos fogos do inferno por causa do seu emprego.
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