segunda-feira, 2 de julho de 2012

Disney no combate à obesidade

Ótima noticia. A Disney anunciou no começo de junho que estará implementando controle nutricional rigoroso na publicidade de alimentos em  seus canais de TV, estações de rádio e websites. Foram estabelecidas medidas para a quantidade aceitável de calorias, gordura saturada, sódio e açúcar - por exemplo, uma refeição deverá conter menos de 600 calorias, e cereais deverão conter menos de 130 calorias e 10gr de açúcar por porção para ter espaço de propaganda. O objetivo é combater o problema da obesidade nos  EUA, que atinge 35% dos adultos e 17% dos menores de 19 anos. (A medida só vale a partir de 2015, por causa de contratos fechados de longo prazo com anunciantes)
Um estudo recente apontou que a cada hora que uma criança assiste TV, ela tem 18% maior probabilidade de comer doces, e 16% de comer fast food, principalmente por causa das propagandas. Uma mudança nessa publicidade poderia provocar maior interesse nas crianças em comer frutas e verduras.

Em relação aos parques temáticos, a Disney promete melhorar a qualidade nutricional da comida servida e promover os hábitos do exercício e boa alimentação. Por exemplo, deverão reduzir em 25% a quantidade de sódio utilizada nas 12 milhões de refeições infantis servidas por ano.

Essas atitudes deverão servir de exemplo para outras companhias voltadas ao público infantil (como Nickelodeon e Cartoon Network), além de, possivelmente, provocar uma adaptação das cadeias de fast food, como Mc Donalds, Burguer King, KFC, etc, que poderão reformular seus cardápios para continuar fazendo publicidade com a Disney.

Aqui na Inglaterra, desde dezembro de 2008 está em vigor uma lei que regulamenta os valores nutricionais aceitos em alimentos nas propagandas de programas voltados aos menores de 16 anos. Não sei se é por causa dessa lei, mas a maioria dos restaurantes e lanchonetes oferecem opções saudáveis. Aqui, fala-se muito em estabelecer o consumo de pelo menos 5 porções diárias de frutas, verduras e legumes na dieta da criança – e adultos também (há um programa de inventivo chamado “5 por dia”, também existente nos EUA, Alemanha, França, Austrália e Nova Zelândia), então muitos produtos vendidos nos supermercados contém a informação “1 porção = 1 dos 5 por dia”, por exemplo, e os menus dos restaurantes fazem o mesmo, ajudando os pais a fazerem uma boa escolha. Sair com criança aqui é bastante tranquilo em relação a encontrar lugares para comer. Além de oferecerem cardápio infantil, muitos restaurantes disponibilizam gratuitamente um kit  com canetinhas, lápiz de cor e papéis para as crianças desenharem, ou alguma revistinha de atividades. E todos tem trocador para bebê. Não viajo pelo Brasil há bastante tempo, não sei qual é o cenário atual, mas imagino que, como sempre, praticamente apenas estabelecimentos das grandes capitais apresentam um nível “amigável” para as crianças. Por outro lado, acredito que os hábitos de alimentação do brasileiro são melhores do que americanos e europeus, que faz parte da nossa cultura tropical a ingestão de frutas e verduras, e que os buffets dos nossos restaurantes oferecem ótimas opções nutritivas. Alguém se manifesta??
 
 Exemplo de embalagem de bebida no Reino Unido contendo o "selo 5-a-day"

p.s. Não vamos ser ingênuos e acreditar que os fornecedores e os publicitários não vão encontrar maneiras de driblar a regulamentação, mas cada passo é uma evolução positiva, e eu acredito que a Disney deu um grande passo, por ser tão influente. E eles nãos são nada bobos, pois acabam contruindo uma imagem muito melhor de sua marca para os pais que financiam os gastos infantis em comida, brinquedos, jogos e turismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário