sábado, 9 de junho de 2012

Anedota

Hoje levei o Luka brincar num parque perto de casa e encontramos um coleguinha dele no balanço, com a mãe. Começamos a conversar eu e ela, muito simpática, e só depois de uns 5 minutos descobrimos que eles frenquentam a mesma escolinha. Ir ao parque é uma boa idéia para fazer amizades no bairro, já que nos mudamos há 3 meses e não conhecemos ninguém aqui perto, além disso, o parque é perto da escolinha e os frequentadores podem coincidir, como foi o caso do Owen.

Mas não estou escrevendo para contar sobre minhas estratégias para fazer amizades (!) – até porque minha única estratégica é a mais comum do mundo: sair de casa. Quero apenas dividir um pensamento.

Eu estava conversando com a mãe do Owen quando ela comentou algo sobre seu trabalho e eu perguntei, naturalmente, o que ela faz, ela deu uma desconversada e falou “administração”, e como continuei olhando esperando uma resposta mais elaborada ela completou “administro um grupo de vendas”, ou algo assim. Fiquei interessada e (opa, na verdade existe sim estratégias para fazer amigos – fazer muitas perguntas sobre a pessoa, assim você tem noção se têm algo em comum e a pessoa simpatiza com você, porque todo mundo gosta de falar de si mesmo e se sentir interessante!).. enfim, perguntei com que produto trabalhava, e ela ficou sem jeito e respondeu “industria tabageira” e rapidamente foi se desculpando e se explicando “sei que parece horrível, mas o trabalho é bom e eles são muito compreensivos quando as crianças estão doentes ou algo assim…”.
Bom, eu não a julguei por vender tabaco, afinal, é legalizado e ela precisa trabalhar, não é verdade? Mas achei muito estranho o comportamento dela. Fiquei imaginando se recebe diversos olhares desaprovadores quando explica com quê trabalha! Desde quando é vergonhoso trabalhar com tabaco? Vou deixar claro que não fumo, nunca fumei, odeio cigarro e adoraria que fosse extinto do mundo, mas daí a julgá-la por seu emprego, é bem diferente!

Aqui na Inglaterra, as portas estão se fechando cada vez mais aos fumantes. Na verdade, literalmente, as portas estão fechadas, já que em todos os locais públicos é proibido, área de fumante tem que ser externa, e me parece que se estuda proibir que as pessoas fumem andando na rua também – fantástica idéia, odeio respirar a fumaça de quem anda na minha frente, principalmente se o Luka estiver junto. Esses dias percebi que, no supermercado, no local de venda de tabaco, não se vê as embalagens – elas ficam dentro de uma estante branca, com um letreiro pequeno e comum no meio “Aqui se vende tabaco”, e quando alguém quer comprar tem que mostrar a identidade para provar que é maior de idade e então a vendedora abre a estante e retira a caixa solicitada. Dizem que fazem isso para evitar a publicidade das marcas expostas e instigar a vontade, e para que as crianças e adolescentes sejam desestimuladas. Acho justo. Efetivo? Não sei, mas adoraria que o Luka crescesse num mundo sem cigarros, e parece que esse é o rumo que se está tomando (para o bem, ou para o mal = tráfico?). Também gostaria que meu filho crescesse num mundo sem guerras e sem corrupção, sem fome e miséria, sem música pop de péssima qualidade, sem comédias idiotas do Adam Sandler, sem refrigerantes, sem Big Brothers, Fazendas e TOWIEs, sem a Argentina (brincadeirinhaaa)… uma extensa lista… mas de todos o cigarro me parece o mais próximo de se banir oficialmente. Enquanto isso, espero que a coitada da mulher não seja queimada nos fogos do inferno por causa do seu emprego.

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